terça-feira, 26 de julho de 2011

O nome do novo campeão

Lane Valiengo

               O nome Neymar seria de origem latina (a origem exata dos nomes pode se tornar bastante discutível...). Ney (ou melhor, “Nei”...) significaria “novo” mas, ao ser justaposto a “Mar, significaria “aquele que vem do mar”. É justamente aí que surge aquela teoria que afirma que o nosso nome, sua origem, sua carga emotiva, sua força e os motivos de sua escolha, tudo somado ao ambiente em que vivemos, poderia influenciar a  nossa personalidade.       

                Além do mais, a atitude diante do próprio nome seria uma forma de definição a respeito do nosso futuro. Nomes normais, sonoros, com significado definido, que carreguem força interna, que têm brilho, influenciariam positivamente a pessoa. Ao contrário, nomes estranhos, absurdos, feios ou de mau gosto, que não têm uma origem etimológica ou que são apenas produto de brincadeiras estúpidas, além da óbvia carga de sofrimento que infligem a seus donos, influenciariam negativamente a vida da pessoa.

                O futuro pode depender em muito do respeito que nutrimos pelo nosso próprio nome e, também, do orgulho que temos por esse nome.

                Neymar não é um nome comum. Mas não é um produto da simples inconseqüência dos pais. “Aquele que vem do mar”, seu significado, encerra uma carga no mínimo interessante: remonta aos sonhos saudosos do homem em conquistar os oceanos e, assim, ser devidamente reconhecido por seus iguais. Inspira respeito e denota a habilidade de superar as dificuldades (o mar revolto e desconhecido, repleto de perigos e mistérios insondáveis).

                Mesmo que, ao escolher este nome específico, o responsável não estivesse plenamente consciente de sua carga e sua importância, de seu significado e de suas vibrações, o nome, como palavra, carrega automaticamente toda uma herança humanista, ideológica até.

                Obviamente, é um nome com que seu avô (o pai dele também é Neymar) desejou, talvez inconscientemente, que o filho, ao receber esse nome, se tornasse alguém, uma aspiração velada e uma esperança secreta de que o filho se sobressaísse, se destacasse, pairando acima dos comuns. Uma geração depois, o sonho está se tornando rapidamente uma realidade concreta.

                O craque Neymar e seu nome já alcançam a admiração dos brasileiros, por causa da sua arte, da sua técnica, da sua forma de jogar. Desperta a fantasia, a criatividade que só os iluminados têm. Ele veio, sim, do mar, das praias, das terras banhadas pelo oceano. Nós, os praianos, crescemos com esta herança ancestral de nos relacionarmos com o mar de uma forma saudável. Foi justamente o oceano que fez surgir e crescer aqui uma cidade. A atividade marítima e portuária faz dos santistas um povo em contato com o mundo exterior, naturalmente, recebendo variadas influências, tomando contato com outras terras, outras gentes, outras culturas e outras mentalidades. Assim se fez a nossa história, assim nos colocamos no mundo. “Com tanto navio para partir, minha saudade não sabe onde embarcar” (Narciso de Andrade, “Cais”).

                O dístico diz que “aqui ensinamos à Nação a liberdade e a caridade”. Mais uma vez, os ciclos históricos se repetem e estamos novamente ensinando a como jogar o jogo, tão importante jogo do nosso cotidiano, o jogo que encerra todo o nosso orgulho, toda a nossa forma generosa de viver e encarar a vida. A porção de terra brasileira que viu uma bola de futebol pela primeira vez foram as pedras do cais de Santos, quando Charles Miller aqui desembarcou. Parece que esse primeiro contato transformou-se em amor mútuo.

                Por isso, resta desejar que o nosso Neymar, gestado aqui, nestas terras oceânicas, que cresceu respirando os ventos da nossa história, siga pela vida fazendo arte, fazendo magia com a bola nos pés, alimentando a nossa fome de fantasia e gols.

                E que esteja consciente e inspirado no momento de escolher o nome do seu filho, que nascerá em breve.

Mais e mais nomes estranhos coletados nos jornais diários

 Lane Valiengo

        Nomes estranhos ou de mau gosto invadem o cotidiano. Aparecem nas páginas dos jornais diariamente. Ao mesmo tempo em que a pessoa que carrega um nome esquisito merece toda a nossa solidariedade, é preciso sempre lembrar que é perfeitamente possível mudar o próprio nome.  Difundir essa possibilidade e alertar para os malefícios dos nomes feios é a própria razão de ser do Instituto do Nome.

Aurenia, 
Marcionila, 
Olindmira, 
Soulanger, 
Susilaine, 
Wesney, 
Denira, 
Edilneide, 
Dheyvisson, 
Zilton, 
Amerino, 
Natrene, 
Efely, 
Albanita, 
Olmandir, 
Ecedite, 
Armandina, 
Sivirina, 
Adenice, 
Odecio, 
Iosmar, 
Auta, 
Enézio, 
Lidieje, 
Jeso, 
Girson, 
Evelio, 
Misleide, 
Clerley, 
Suyan, 
Maravilha, 
Tiburtina, 
Alvanila, 
Oscarlina, 
Gracilácia, 
Delziana, 
Onofilio, 
Keylon, 
Malany, 
Deraldina, 
Dejenal, 
Silvandira, 
Annelairie, 
Thionaldison.

Selmolaine, 
Solimeyre, 
Romar, 
Onézimo, 
Lanarsa, 
Greise, 
Gevan, 
Monaliza, 
Giscarla, 
Betijane, 
Jizelia, 
Delcique, 
Sayonara, 
Cledna, 
Séforah, 
Elivaneldo, 
Jesemir, 
Drailton,
Ranneide, 
Wislaine, 
Diefferson, 
Maiane, 
Ermerentina, 
Oceli, 
Alenixon, 
Sirene, 
Vicenar, 
Andrelino, 
Izailton, 
Ilanda, 
Idelcio, 
Dedanir.

Lizenice, 
Dinauri, 
Zoila, 
Pricieli, 
Ozenaldo, 
Joasan, 
Deuvan, 
Simonar, 
Onorilio, 
Delziana,
Triana, 
Jairon, 
Arani, 
Gemisson, 
Bilo, 
Jerciane, 
Cleudiane.

Hyjalmar, 
Iragy, 
Darcília, 
Kaffé, 
Weverson, 
Brinhilda, 
Rivânia, 
Rillian, 
Roniclei, 
Lizenice, 
Flodomira, 
Imília, 
Eutália, 
Sidelcina.

Silvarina, 
Andrelino, 
Santinho, 
Aceone, 
Euripa, 
Neman, 
Nirzon, 
Preciosa, 
Delza, 
Nilverde, 
Kesia, 
Selçaine, 
Renas, 
Lucivanda, 
Gleicer, 
Auridi, 
Jaiska, 
Madelon.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Nomes fazem parte do nosso universo particular

Lane Valiengo

        Nomes são coisas interessantes: eles fazem parte do universo particular de cada pessoa, fazem parte do ambiente que criamos para sobreviver. A visão que temos da cidade em que vivemos é feita, também, de nomes que têm importância para cada um de nós. Alguns desses nomes somos nós mesmos que incorporamos à nossa vivência, à nossa história de vida. Outros fazem parte da própria História do lugar em que vivemos. Cultuamos nomes que de alguma forma foram ou ainda são importantes para a composição do nosso comportamento característico, para a nossa visão de vida e de mundo.
        É por isso que alguns nomes têm muito valor para uma pessoa e nenhum peso para outras. Através dos nomes do nosso universo é que nos reconhecemos, nos identificamos, nos situamos social e culturalmente. E existem ainda aqueles nomes que representam, individualmente, a lembrança de sentimentos, de momentos, de acontecimentos.
        A nossa “memória nominal” é algo que muitas vezes independe da vontade: os nomes se agregam naturalmente, mesmo que se abriguem no nosso subconsciente. Muitas vezes eles ficam lá, quietinhos, invisíveis, sorrateiros, até.  De repente, surgem assim do nada. Nomes vividos são nomes incorporados. Nomes lembrados são nomes eternos.
        São parte da nossa herança e do nosso cotidiano. Diga-me com que nomes andas e te direi o que viveste. São parte do nosso ser, aderindo à nossa essência. São referências e são exemplos. São parâmetros e são sinalizadores que indicam qual o caminho a seguir em direção ao presente e ao futuro imediato.
        Pense nos seus nomes particulares. Quais deles são os nomes que revelam o que significa a cidade em que você vive?
        Quem nasceu e viveu até certa idade em um lugar e depois mudou, terminando de crescer com outras referências,
sabe bem como se dá esse fenômeno de incorporação de uma outra cultura, de um novo imaginário. Nomes e fatos nos situam na nova realidade, ganhamos aos poucos novas referências. Quando o interesse nos faz descobrir a História, reconhecemos que os nomes passados deixaram sua marca, sua influência, mesmo que muitos deles permaneçam injustamente esquecidos.
Quem nasceu em terras planaltinas mas viveu a maior parte da vida respirando ares litorâneos, como acontece comigo, costuma, no mínimo, identificar as características fundamentais de cada local. Sabe que lá, Serra acima, o mundo gira de forma mais séria. Não que isso seja um bom atributo, mas as oportunidades são mais amplas, é certo. Dizem que lá se respira um ar mais contemporâneo, cosmopolita. E que as pessoas, em geral, assimilam esse atributo. Mas o paraíso fica aqui, com todos os seus defeitos urbanos, políticos e sociais. Impossível não se apaixonar e incorporar a alma santista.
        Talvez a grande diferença é que lá é um santo só. Aqui, são todos.
        Além do mais, a Anchieta e a Imigrantes estão logo ali...
        Interessante é de vez em quando relembrar e relacionar os nomes referenciais que nos são caros, pois eles podem revelar um pouco daquilo que somos, podem explicar certas facetas particulares do nosso comportamento.
        Tudo é exercício: pessoalmente, penso logo em nomes de pessoas mais próximas, de santistas que contribuíram para a formação da personalidade que carrego. De tempos em tempos, alguns nomes até então adormecidos ganham nova relevância. É o caso do nome Taibo Cadórniga. Provavelmente representa o desejo de viver politicamente, de engajamento permanente. De acreditar que só é possível viver dentro de uma ação política de fato.
        Além do mais, João Taibo Cadórniga, além de ativista, sindicalista e deputado, foi também um poeta (“Nos porões da imensa noite /crescem rostos invisíveis”; “Louvados sejam os cursos desviando rotinas /tambores flamejantes ruindo apatias”). Falando em poetas, nomes permanentes são Roldão Mendes Rosa e Narciso de Andrade, mestres e companheiros. Ensinam a olhar, a compreender, a valorizar as coisas. Vida superlativa, vida vivida. Filosofando assim, o nome é João José Itagyba Mariuzzo, o Paderewisky, pianista, professor do universo canadense, mentor e orientador, revelando mecanismos mentais, formando gerações e gerações, homem das idéias e das partituras.
        Partituras lembram Gilberto Mendes, sempre novo, sempre inventivo, sempre lúcido, renovado, o primeiro entrevistado. E que trouxe a Santos um gênio chamado Frederick Anthony Rzewski, em 1989. O grande Geraldo Ferraz marcou primeiro por sua personalidade, aparência sempre fechada, séria, e depois pela beleza de seu "Doramundo". Mas beleza mesmo era a matéria prima do Lucio Menezes, irmão do Oscar: suas telas sempre fascinaram, extasiaram, fizeram sonhar.
        O irmão, Oscar Menezes, irriquieto jornalista, avoado, sempre ensinando como escrever e como encarar os fatos. Pois escrever perfeitamente e ainda explicar a raiz latina de cada palavra era a especialidade do Antonio Henriques, o Mineiro, que se perdeu nas terras brasilienses. Editar era com o Clóvis Galvão, chefiar era com o Alcir Correa de Mello, modelo de repórter político. Criar mesmo era com o José Roberto Fidalgo e orientar era com o Ouhydes Fonseca. Quem não aprenderia? Ainda mais com a Miriam Guedes protegendo e mostrando os caminhos...
        Mas quem influenciou mesmo foi a Leda Mondin, com seu texto maravilhoso, seu sentido de ética e sua responsabilidade social.
        E ainda havia o Paulo Mattos, o riso fácil junto com a seriedade histórica e o ativismo político. Era uma grande consciência particular, amizade partida de repente.
        Da convivência, a influência: Adelino, o Pedro, o Rodrigues, coragem permanente, assimilação instantânea, afinidade absoluta. E Esmeraldo, sempre, de coração.
        Para mim, são os nomes que dão o tom da cidade e que são em grande parte responsável pela minha formação.

* leia também "Nomes santistas".

Nomes santistas

Lane Valiengo

         A história das cidades é feita de suas lutas e seus nomes. Muitos destes nomes ficaram gravados nos livros, nos documentos, nas atas, nas teses acadêmicas. Outros tantos vivem nas páginas amarelas dos antigos jornais e alguns estão vivos somente na memória afetiva de quem com eles conviveu.
         Muitos foram estudados por aqueles que buscam nos seus atos a explicação para os momentos presentes. Outros são cultuados, mesmo que não mereçam culto algum. Existem aqueles que foram esquecidos injustamente e há aqueles que não se consegue esquecer, por mais que se tente.
         São os nomes que dão sentido (ou não...) à vida de uma cidade, especialmente aqueles que influenciaram comportamentos, direcionaram existências, definiram personalidades, determinaram ambientes, construíram mitos e lendas. Deixaram as ruas impregnadas de vibrações, partículas de conhecimento e emoção que ainda vivem em cada um de nós. Querendo ou não, percebendo ou não, respiramos História.
         Muitos ainda estão construindo sua história pessoal, ajudando a traçar os rumos da cidade futura ou, simplesmente, sendo eles mesmos. As consciências individuais é que constroem a alma coletiva.
         Comunidades antigas, que sempre foram pioneiras e que muito ensinaram ao País, são ricas em nomes e suas histórias. Pois assim é Santos.   Os nomes santistas são motivo de indisfarçável orgulho para seus filhos, natos ou adotivos, pela importância que tiveram e ainda têm, como José Bonifácio de Andrada e Silva, Alexandre de Gusmão, Bartolomeu de Gusmão e o Visconde de São  Leopoldo, José Feliciano Fernandes Pinheiro, criador dos cursos jurídicos no Brasil. Obrigatório é citar o fundador, Braz Cubas, além de José Adorno e o Bacharel Cosme Fernandes, portugueses que se fizeram santistas nos primeiros tempos, ação que iria se repetir milhares e milhares de vezes, ao longo dos tempos.
         O perfil multifacetado da cidade é feito por nomes como Alfaya Rodrigues, Aloísio Mercadante, Ana Costa, Antonio Carlos e Martin Francisco, Antonio Feliciano, Anibal Martins Clemente, Athié Jorge Coury, Baccarat, Belmiro Ribeiro, Benedicto Calixto, Carlos Monforte, Carvalhinho, Casimiro Mathias, Clotilde Paul, Clóvis Graciano, Corvo, Coutinho, Daniela Zangrano, David Capistrano, Deoclécio Santana, De Vaney, Dinho, Dom Davi, Dom Idílio, Dom Lara, Dorval, Drauzio da Cruz, Dudu, Edésio Del Santoro, Doneaux, Edu, Erasmo Dias, Esmeraldo Tarquínio, Fabiano, Fábio Goulart, Fernando Oliva, Flávio Amoreira, Frei Gaspar da Madre de Deus, Freixo, Gastone Righi, Gato, Geraldinho,  Gilberto Mendes, Isa Fava, Itagyba, Jaime Estrela, Javier, João Otávio, José Gonçalves, Julinho Bittencourt, Júlio Conceição, Lara, Leonardo Roitman,  Luiz Antonio Gonzaga, Greghi Filho, Maria Féa, Mário Covas, Mansur, Martins Fontes, Melão, Mengálvio, Militão, Miroel da Silveira, Narciso de Andrade, Neide Veneziano, Nego Orlando,  Negrelli, Neymar, Noschese, Omar Laino, Pagu, Pagão, Papa, Pelé, Pepe, Picuruta, Plínio Marcos, Quintino de Lacerda, Renata Agondi, Ribs, Robinho, Rogério Sampaio, Roldão Mendes Rosa, Rui Ribeiro Couto, Sanderlei Parrela,   Santinis, Saturnino de Brito, Silvério Fontes, Silva Jardim, Silvio Fernandes Lopes,  Taibo Cadórniga, Tanah Correia, Thomas Cavendish, Telma de Souza, Toninho Campos, Toninho Dantas, Torero, Urbano Caldeira, Ulrico Mursa, Valdir Alvarenga, Vicente Cascione, Vicente de Carvalho, Vitelbino, Xaxá e Zito.
        
         Agora, se você tem a sua lista particular, mande para nós...

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O futebol mudou. Os nomes também.

Lane Valiengo 

         Antes eram Vavá, Didi, Pelé, Mané, Pepe, Zito, Dida, Jajá, Zico, Benê, Pinga. No máximo, um Pagão, um  Tostão. Nomes curtos para quem tinha um grande futebol. Memorização fácil, passes rápidos, dribles instantâneos, arte pura. Sim, eram meros apelidos Sim, haviam nomes maiores, como Zizinho, Leônidas, Rivelino. Mas aos gênios tudo se perdoa. Sim, alguns eram nomes compostos, como Nilton e Djalma Santos. E é certo que ainda temos um Kaká, duas sílabas só, mas a escrita mais "sofisticada", com dois kás.
         O mundo mudou, a bola rolou, o futebol se endinheirou e estabeleceu um novo tipo de comportamento entre os jogadores. Passou a ser uma das principais e mais rentáveis formas de ascensão social para os jovens das classes mais sofridas. Com o tempo, muito mais que noventa minutos, a falta de preparo se manifesta e os novos e milionários jogadores de bola passaram a desenvolver certos hábitos bastante peculiares. A demonstração ostensiva do dinheiro, na forma de carrões, roupas incrementadas, jóias e festanças, torna-se corriqueira. Muito dinheiro rolando, empresários pululando e acenando com contratos multimilionários.
         Não é de se estranhar: foi assim que o liberalismo total ensinou, "vamos faturar! vamos ostentar! vamos esbanjar! Eu sou mais eu, eu posso tudo, ninguém me segura, eu compro, eu compro"... Mas a questão é que esportistas viraram grandes exemplos de comportamento e de  prestígio. Como vencer na vida chutando de trivela e despertando a fantasia interior da torcida. Assim como uma educação voltada ao despertar cultural não existe, muito menos são ministradas às crianças noções educação financeira nas escolas (ainda estamos na fase de será que teremos vaga na escola? será que vai ter professor? e a merenda?).
         Com o despreparo jogando nas onze, os futuros craques só absorvem a linguagem e o comportamento dos boleiros e dos malandros (alguém aí falou em traficantes?), infelizmente. A mídia faz aquele seu papel de reproduzir a futilidade e assim assistimos à glorificação da falta de conhecimento ("viram como sou esperto, subi na vida sem estudar..."). Passa a valer o vale tudo, a esperteza, a falta de sentido comunitário, a ausência da contribuição social e, te esconjuro!, da participação política. 
         A minimização dos valores éticos e sociais gera a valorização de uma
subcultura, guiada tanto pelo mau gosto quanto pelos estrangeirismos sem sentido. Entre vários outros resultados danosos, surge a mania pelo nome "estrangeirizado" ou a invenção de vocábulos tortos, disfarçados de nome.
         "Abaixo a violência no jogo dos nomes!", bradaria uma torcida consciente, se houvesse. Mas o fato é que, assim como ocorre com milhões de crianças, os jogadores de futebol igualmente provocaram enxurradas de nomes defeituosos ou engraçadinhos, para dizer o mínimo do mínimo. Recentemente jogou pelo interior paulista um atacante chamado Creedence. Pelo menos, não é ofensivo. Mas o que agride até as dobras dos ouvido é ver que os gramados foram invadidos por nomes como Acleisson, Gladyson, Gladestone, Rycharlisson, Joilson, Keirrison, Madson, Alessandro, Vilson, Jadson, Kleberson, Maicossuel e até Wallyson (que bate um bolão, certo?).

         E tem mais: Elielson, Jonathan, Avise, Fabel, Uésley, Reidner, Rever, Sidiclei e outros mais.
         A falta de informação (e a falta de preocupação com a importância informação e do conhecimento, em todos os níveis) provoca degradação, é fato. A redução do repertório cultural resulta em violência vocal e vocabular. E daí aparecem as excrecências nominais. Ou seja, o que mais tem no mundo hoje (ou pelo menos no mundo brasileiro) é nome feio.
         E a síndrome da ostentação revela-se mais ainda nos nomes compostos desse tipo, que nada mais são que nomes feios em dobro.
         Alguns desse nomes serão imortais, enquanto jogarem,  por culpa do futebol. E irão se espalhar cada vez mais, como os Uóssington ou os Jequiçon.
         E ainda haverá quem tenha saudades do Alfinete, do Bobô, do Sicupira e do Cesar Cambalhota. Apesar dos pesares, no passado também haviam nomes estranhos, como Vacaria, Caçapava, Odirlei, Vampeta, Maritaca, Adoilson, Uidemar, Garrincha (ah, que heresia....), Macula e até Raudinei, o maior e mais injustiçado centroavante surgido no Brasil...
         Mas, mesmo levando-se em conta que tudo começou em 1894 com um brasileiro de nome inglês, Charles Miller, o negócio é que hoje a situação atinge níveis alarmante e tem perna de pau aparecendo com o nome "Lennon" na camisa.
         Mas estranho na verdade é existir um zagueiro chamado Cortês...

UMA TENTATIVA DE POEMA SOBRE OS NOMES FEIOS

Lane Valiengo
       
       Não me joguem na face
       Estes nomes assim tão absurdos
       Não ofusquem meus olhos
       com tamanha vergonha que sinto
       quando estes nomes são pronunciados
       tão impunemente, como se não houvesse
       crime algum.
       A vergonha que me assombra teima em refletir
       O pouco que somos
       E evidencia a nossa falta de consciência
       E de compromisso com o futuro
       do gênero humano.

       Não me obriguem a sentir
       Essa tristeza tão grande

       Que cala meus pensamentos
       E destrói alguns dentre os neurônios
       Poucos que me restam.
       Tristeza mata.
       Decepção também, com mais força.

       Não me mostrem os registros oficiais
       Recheados de nome que agridem
       algum bom senso que ainda possa existir,
       Apesar dos pesares.
       Não pronunciem mais nenhuma sílaba
       De um nome que foi escolhido como troça,
       Brincadeira, divertimento
       Ou fruto da mistura de outros nomes
       Que já são feios por natureza.
       E principalmente, não me falem nunca
       Dos nomes pornográficos, escatológicos,     pútridos e impuros.

       Não me avisem que ainda se permite o horror
       De impor nomes feios, decrépitos, incultos, infamantes
       Pois não se pode mais ser inconsequente, cruel
       e ignorante
       Depois de tantos anos, tantos séculos,
       tantas horas e tanto sofrimento.
       Não me revelem que ninguém com um pouquinho
       De poder não tenha feito nada até hoje
       Permitindo que criminosos do vocábulo 
       e assassinos de personalidades
       continuem escolhendo palavrões
       em vez de nomes.

       Não deixem que eu saiba que existem
       ainda muitos pais que na sua insanidade,
       na sua loucura evidente,
       escolhem vitupérios em vez de nomes
       e impõe aos próprios filhos um sofrimento
       que devasta individualidades
       e fratura sentimentos.
      
       Por favor, vocês, façam com que eles parem
       com esta destruição de almas
       de corações, de emoções, de vidas
       inteiras.
       Não me joguem na fronte a verdade que diz
       como somos absolutamente estúpidos.
       Na hora de demonstrar amor incondicional
       Mostramos todo o veneno que nos corre nas veias
       e registramos com ferro e fogo o ódio gravado
       nos livros cartoriais.

       Se esta demonstração de ausência de afeto é
       a única herança que deixaremos,
       por favor, acrescentem ao meu nome
       o sobrenome “desiludido”, ninguém, nonada.
       E me deixem morrer em paz
       Sem escutar mais nada.

       Enquanto isso,
       Não joguem na minha cara
       As trevas que revelam os nomes
       Que estão na origem
       da minha eterna indignação.   
       Não arranquem de mim a crença
       No homem
       Na bondade
       Na lealdade
       Na vida.

       E, por favor, me digam se alguém merece
       Ser chamado durante todo um a vida de
       Atroaja
       Enerdira
       Cleurijaira
       Gedalina.
       Pois chega de agressão gratuita.
       Não joguem sujo
       Com o dito cujo
       Que vocês acham que é um nome.

       Nem com quem vocês acham
       que pode ser vítima eterna
       da sua paranóia.

Os nomes femininos do Poder e outros nomes estranhos

Lane Valiengo

                   É no mínimo estimulante a presença de mulheres ocupando alguns dos principais postos de comando do País, a começar pela Presidência da República. Mas se o fato é elogiável, o mesmo não se pode dizer a respeito dos nomes de algumas destas personalidades, que apenas confirmam a falta de consciência e bom gosto de grande parcela dos pais.
                   Ideli obviamente não é nenhum exemplo de coerência e apesar de sua dona ter o costume de se manifestar em altos brados (enquanto deputada e senadora), seu nome não é nem um pouco sonoro. Nem coerente. Aliás, é raro mesmo juntar as palavras coerência e política institucional na mesma situação.
                   A nova Ministra declara-se "firme nos princípios, afável na abordagem". O significado disso será revelado com o tempo. Já o significado do seu nome permanece um mistério que nenhum site especializado ainda conseguiu decifrar. Mas como ex-Ministra da Pesca, ela poderá ensinar o povo a pescar ou jogar alguma isca por aí...
                   A Chefia da Casa Civil agora é ocupada também por uma representante do sexo feminino, Gleisi. Pode parecer implicância, mas em termos de nomes o Governo Dilma não vai nada bem. Tudo bem que Gleisi vem do latim e significaria, até prova em contrário, "agradável". Mas que não é bonito, ah, isso não é mesmo... Dizem porém as boas línguas que ela fará bonito na Casa Civil.
                   As palavras são em geral muito interessantes. Enquanto alguns dizem que Gleisi será um "divisor de águas" na Casa Civil, outros dizem que ela veio "para somar". É para dividir ou adicionar?
                   Será que é por isso que dizem que a matemática política é capaz de provar que dois mais dois resulta sempre em cinco e ainda cobrar o troco?
                   Apesar do nariz lindamente arrebitado, comenta-se que ela não costuma andar com o mesmo empinado. O problema é que geralmente é definida, nas questões políticas, como "um trator".
                   Uma coisa é certa: a faxina será grande, depois de Palocci...
                   Pelo menos é possível saber que o nome Dilma tem origem germânica e significa "elmo nobre". Mas existem controvérsias. Alguns sites alegam que a origem é o latim e que Dilma é a versão feminina de "Adelelmo", que é um nome de origem germânica. Quanto ao sobrenome, é fato que seu pai Pétar, búlgaro, amenizou o sobrenome original Russev, dando-lhe a forma afrancesada Rousseff, assim como abrasileirou o Pétar, adotando o nosso Pedro correspondente. Não há comprovação mas alega-se que Russev, em russo, significa "refém".
                   O nome completo da Presidente da República ainda tem "Vana" e "Linhares". O primeiro seria o apelido de carinhoso de Vânia, nome que em latim significa "aquela que traz boas notícias"; e a sua variação alemã significa "esperança".
                   A esperança certamente é toda nossa...
                   O Linhares por sua vez é um sobrenome bastante comum em Portugal, na Galícia (Espanha) e no Brasil, especialmente no Espírito Santos. Deriva de "linhar", do latim "liniare" e designa a família que vive do cultivo de algodão.
                   Sem dúvida há muito a tecer...
                   Mas o universo político (ou seria melhor chamá-lo de buraco negro?) é recheado de nomes estranhos e absurdos, embora muitos deles sejam perfeitamente adequados à, digamos, personalidade de seus portadores. O caso clássico é o nome do ex-Presidente e pretendente a literato José Ribamar Sarney, sobrenome que não passa de uma pronuncia abrasileirada de "Sir Ney", que era o proprietário da fazenda aonde a família de Ribamar trabalhava. Na ânsia de ganhar visibilidade, resolveram pegar o nome de seu dono, quer dizer, seu patrão, numa insuportável submissão aos poderosos.
                   Atualmente há o caso do recente deputado federal Protógenes de Queiroz, o delegado neo-comunista (ou nem tanto...). Engana-se porém quem considera seu nome algo absurdo: Protógenes é um nome grego, que significa "protagonista". Mas não deixa de ser feio...
                   O canadense Laurence escreveu, em forma de sentença: "Democracia é quando as pessoas são livres para escolher alguém que as frustarão". E o americano H.L. Mencken disse que "É difícil acreditar que um homem esteja dizendo a verdade quando nós mentiríamos se estivéssemos em seu lugar".
                   Constatações à parte, quem explica o nome Duciomar (Prefeito de Belém)? E Eleuses? Barbalho? Até um "Richa" é motivo para amplas discussões filosóficas. E o que significa afinal o nome Aécio? Ao que tudo indica, é de origem grega e significaria, carecendo de maiores confirmações, "ave de rapina". Será mesmo?
                   No Congresso Nacional existem nomes como Pauderney, Reguffe, Ubiali, Dudimar, Genecias, Biffi, Arolde, Aelton, Marinor, Blairo, Delcídio, Ferraço, Manatto, Lauriete, Dado, Tatto, Boeira, Berinho, Givaldo Carimbão e, o pior de todos, Caiado. Nem vale à pena perguntar a razão.
         Ora, direis, ouvir políticos... 

Homenagens sinceras a quem carrega um nome feio

Lane Valiengo

      Vocês vivem o cotidiano como se nuvens carregadas sempre acompanhassem seus passos, seja aonde for. A qualquer momento, um constrangimento desabará. Os nervos ficarão em frangalhos, a estima nunca será alta, as provocações chegarão até à medula, insuportáveis. A depressão será companheira diária.

         E mesmo assim vocês defendem os seus nomes, lembrando aos assediadores que um nome nem sempre é uma verdade absoluta. Não mostra quem são as pessoas, as personalidades, os comportamentos. Principalmente quando são nomes feios, absurdos, estranhos.

         Vocês têm de suportar todas as discriminações, todas as gozações, todas as pilhérias, todos os trocadilhos, todas as insinuações. Todo o estranhamento. São julgados por um nome esquisito, e não pelo seus atos.

         Vocês enfrentam preconceitos, exclusões, ofensas, crueldades, torturas disfarçadas de brincadeiras. São diminuídos, provocados, humilhados. E mesmo assim resistem.

         A alma dilacerada, o coração atravessado por dardos venenosos, os olhos perfurados, os sentimentos rasgados, a confiança demolida. Tudo porque lhes deram um nome feio.

         Vocês vivem num inferno constante e todos os dias são de inverno gelado, cortante, irritante. Tudo porque alguém quis brincar com vocês logo que nasceram.

         E ninguém merece nada disso.

         Ninguém merece um nome que não é nome de verdade.

         Ninguém merece viver sob permanente frustração.

         Um nome adequado deveria ser um a questão de direitos humanos, de direito à felicidade, à tranqüilidade, à normalidade. “Ninguém será perseguido ou excluído por causa de seu nome”.

      “Todos são iguais independente de seu nome”.

         “Todos têm direito à justiça social, às mesmas oportunidades de emprego, estudo, cultura e convívio social independente do nome que receberam”.

         Ou então deveria ser uma questão constitucional, inserida igualmente no Código Civil: ”Ninguém discriminará seu semelhante por causa de seu nome”.

         Ou então, isso: “Todos têm direito a um nome normal”.
        
         Vocês merecem todo o respeito, toda a compreensão, toda a solidariedade. Porque vocês sonham em se libertarem destas algemas nominais.

         Porque vocês sabem como é o sofrimento e a luta diária de viver esmagado por um nome inadequado.

terça-feira, 12 de julho de 2011

O Registro Civil no Brasil

Lane Valiengo

         Nos tempos do Império, o Registro  dos dados relativos aos nascimentos, casamentos e óbitos era função da Igreja. O registro Religioso era regulado pelo Concílio Tridentino e pela Constituição do Arcebispado da Bahia.

         O registro das Pessoas Naturais começou de fato com a Lei 586 de 6 de setembro de 1850. Dois anos mais tarde, surgiu o Primeiro Regulamento de Registro Civil, por meio do Decreto 798, de 18 de janeiro, que retirou a função da Igreja. Manteve, porém, o Registro Religioso no que se refere aos batismos.

         A Lei 1.144 e o Regulamento 3.069, de 17 de abril de 1863, vieram substituir de vez os assentos eclesiásticos,  e o Decreto nº9.886, de 7 de março de 1888 criou o Regulamento de Registro Civil, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 1889, por força do Decreto nº 10.044, de 22 de setembro de 1888. Foram feitas novas provas dos nascimentos, comprovação da idade, nome e filiação das pessoas naturais, bem como os óbitos e os casamentos, mesmo que tivessem sido realizados por autoridades religiosas.

         A Proclamação da República, em 1889, trouxe a instituição do Casamento Civil, com o Decreto 181 de 1890.

         O Código Civil Brasileiro, de 1º de janeiro de 1916, tratava dos serviços de registro público, foi seguido e complementado  pela Lei nº4.827, de 7 de fevereiro de 1924 e pelo Decreto nº 18.542, de 24 de dezembro de 1928. Este foi substituído pelo Decreto nº4.857, de 9 de novembro de 1939, o qual foi alterado pelos Decretos 5.318, de 29 de fevereiro de 1940, e 13.556, de 30 de setembro de 1943.

         Em 31 de dezembro de 1973 surge finalmente a importantíssima Lei nº 6.015 (alterada posteriormente pelas leis 6.140, de 28 de novembro de 1974 e 6.216, de 30 de junho de 1975). É exatamente a 6.015 que permite ainda hoje a mudança do nome e, em seu artigo 56, determina que todo jovem, no ano em que completar a maioridade, poderá alterar o nome próprio. A propósito, o mesmo dispositivo já constava do Decreto 4.857, de 9 de novembro de 1939, em seu Artigo 70. Na ocasião, a maioridade era atingida aos 21 anos.

         A Emenda Constitucional nº 9, de 28 de junho de 1977, introduziu no Direito brasileiro o Divórcio, sendo regulamentada pela Lei nº 6.515, de 26 de  dezembro de 1977.

         Com o fim da ditadura e a redemocratização do País, a nova Constituição Federal, de 1988, proibiu qualquer discriminação aos filhos antes considerado “ilegítimos”, igualando os seus direitos. E a Lei Nº 8.560, de 19 de dezembro de 1992, regulamentou a figura da filiação no Direito Civil e instituiu a investigação de paternidade.

         Em relação aos Serviços Notariais e de Registro, a Lei nº 8.935/1994, regulamentou o disposto na Constituição, em seu Artigo 236. E também com base na Constituição, que criou o termo União Estável e acabou com a palavra “concubinato”,  surge a Lei nº 9.2778, de 10 de maio de 1996, que criou a figura do “companheiro” e da “ companheira”.

         Por sua vez, o novo Código Civil Brasileiro ( Lei nº10.406, de 11 de janeiro de 2002), entre outras alterações,  declarou que o Registro Civil das Pessoas Naturais fica autorizado a averbar também os atos judiciais a respeito de filiação.

De repente, entre os corredores de uma prova quilométrica...

Lane Valiengo

       Todos eles correram, suaram, sentiram os músculos chegando ao limite do esforço. Todos eles venceram, principalmente aqueles cujos nomes são aqui citados. Porque além de tudo, carregaram o peso extra de nomes inadequados, nomes distorcidos, nomes ilógicos, nomes confusos, nomes exagerados, nomes que revelam a absoluta falta de consciência e sensibilidade de que os escolheu. Durante dez longos quilômetros, eles foram buscar forças extras para resistir, para lutar, para vencer a limitação física, na busca primeira do amor próprio, do respeito individual.
         Exatamente da mesma forma com que se esforçam dia a dia para suportar a tortura que é carregar pela vida afora um nome absurdo. São os campeões da sobrevivência, da resistência contra a humilhação, contra o abuso, a exclusão, a discriminação.
         E a tudo superaram, até mesmo o peso esmagador dos seus próprios nomes. Nomes como estes:

         Adquenede, Claudevan, Walmeran,
         Versul, Uyter, Marilzu, Valdelir,
         Zolder, Weid, Egivan, Leyvo,
         Adulciano, Gayber, Amalbere,
         Menandro, Elionai, Velso, Silenicio,
         Josinal, Alenias, Vilacio, Ezenildo,
         Zenildo, Eunucas, Chester, Gerocino,
         Afenisio, Valdesir, Josebert, Otenil,
         Adenil, Erizinaldo, Carlinhos Charles,
         Elison,Claudiosonio, Zoelio, Herlin,
         Hilsafran, Elienai, Janderson, Osvalmi,
         Jarder, Noelton, Branco Sol (sobrenome),
        Tanajura (sobrenome), Obideraldo, Unaldo,
         Vaterloo, Reuri, Valdelio, Gisvaldo,
          Reginilson, Catuiti (sobrenome), Dimer,
         Adrio, Cazeto (sobrenome),
         Beijamin, Fornos, Rider, 2
         Gitirana (sobrenome), Walfran, Cesaltino, Elius,
         Degmar, Neusvaldo, Zé José, Kubo (sobrenome),
         Artes (sobrenome), Orisice (sobrenome), Adevanir,
          Dauro, Aderik, Anecildo, Djaldemir, Anecildo,
         Novelino (sobrenome), Adalmir, Adirson,
         Erison, Ares, Eucimario, Redclif, Cloger, Zanuto,
         Herycon, Denilto, Odalvo, Heldrin,Valdu,
         Riane, Paolynne, Jaloreto (sobrenome),
         Cucino (sobrenome), Ecedit, Maazil, Wladson,
         Vânio, Generoso, Pigola (sobrenome), Pippino,
         Percincula (sobrenome), Talvanes, Ildeir,
         Dilmo, Aelson, Armistron, Noilton,Kairon,
         Ozanir, Ornês, Cleomenes, Caraccio (sobrenome),
         Sacoda (sobrenome), Lovizio, Piedoso,
         Juscivaldo, Jainilton, Eselvir, Lenning,Eryx,
         Ariado, Jocini, Sisto, Eliézio, Garbo, Ubiramar, Matzalen,
         Ulicimar, Geonis, Bóia, Bavo, Joabe,
         Irson, Virgens (sobrenome), Arleson, Ildevando,
         Maro, Zailton, Werley, Errol, Bagaçu,
         Walmer, Francinário, Jaldenis, Kelder,
         Deijailson, Jesaias, Wallacy, Maul,
          Rachas (sobrenome),   Cachiado (sobrenome),
         Elivando, Gabio, Diovanio, Kalel, Wilsemar,
         Neocides, Lucilson,Sidorney, Adilelson,
         Zujin (sobrernome), Deoripe, Kayron, Elier,
         Wevelton, Olirto, Andrenaldo, Gleair,
         Macrino, Revaltino, Avaldir, Edrailton,
         Rielmar, Erionaldo, Cansou (sobrenome),
         Birde, Maraivan, Eulogio,Carisvaldo, Baudilio e Valtilio.