terça-feira, 21 de junho de 2011

Artacho, sinônimo de Arquitetura

Lane Valiengo

     O nome Artacho significaria “Rixa, Desavença” e teria origem italiana. Teria, porque as informações não são muito precisas. Aparece bastante na Espanha, como sobrenome. No Brasil, é sinônimo de criatividade e inovação em Arquitetura, por causa de João Artacho Jurado, um empreiteiro que, mesmo sem diploma, projetou e construiu edifícios que  ainda hoje impressionam pelo arrojo, pelo ecletismo e, algumas vezes, pelo bizarro, pelas formas irregulares e pelos pilotis.
         Paulistano, excêntrico, nascido em 1907 e falecido em 1983, Artacho não tinha formação acadêmica. Aprendeu desenho e perspectiva e tornou-se célebre pela construção de edifícios como o Planalto, o Viaduto, o Louvre, o Cinderela (Rua Maranhão com Sabará), o Saint Honoré, o Duque de Caxias e, principalmente, o Bretagne, na Avenida Higienópolis, em São Paulo, considerada a sua maior obra, combinando diversos estilos, elementos vazados, paredes de vidro e detalhes aparentemente díspares, como os tetos das coberturas, que simulam amebas.
         Em Santos, construiu o Parque Verde Mar, na orla da praia do Boqueirão, obra de extrema inspiração e o Enseada, na Ponta da Praia.
         Professor da Faculdade de Arquietura e Urbanismo de Santos, Ruy Eduardo Debs Franco é o autor de um livro essencial para se entender a obra singular deste audoditada: “Artacho Jurado-Arquitetura Proibida” (Editora Senac).
         Filho de um anarquista espanhol, Ramón Jurado, que trabalhou como condutor de bondes em São Paulo, Artacho é tão criticado quanto exaltado. Existe uma apaixonada comunidade no Orkut, que costuma organizar expedições de visitas às suas obras personalíssimas.

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