segunda-feira, 30 de maio de 2011

ELES NÃO MUDARAM DE NOME! - O Centro dos Estudantes de Santos

Paulo Matos
 
Neste último dia oito de janeiro, isto é, deste ano de 2011, a cidade comemorou os 79 anos de sua mais candente juventude – que não mudou de nome, por que se consagrou. Mas se precisasse mudava, ah, isto mudava! Foi de uma de suas mais importantes entidades, de extensa e importante trajetória, pela qual passaram grandes personagens, que frutificaram, posteriormente, como exemplos de cidadania e atuação. Em Janeiro de 2012 fará 80! Não mudou porque não precisou mudar: se precisasse mudava, ah, tinha coragem para isso!

Aniversariou e vai aniversariar o Centro dos Estudantes de Santos, que não mudou de nome, fundado entre os eventos originários da Revolução Constitucionalista de 1932, lembra? A discussão está menos nela mesma do que o fenômeno de sua incorporação pela juventude. Está certo que era mais para conservar um modelo do que para mudar, era mais por medo das inovações de Getúlio Vargas do que outra coisa.

Mas foi significativa essa “Revolução Constitucionalista”, que vinha, em tese, exigir uma Constituição para o País e um governador “civil e paulista”: quando explodiu, estes itens já tinham sido cumpridos. Mas seu hino “Paris Beaufort” ainda emociona: tchum: tchum, tchum, tchum, tchum, Paraná tchum! – independente de seu significado! Uma ampla campanha da imprensa, rádio e jornais, se movimentou nas mãos da classe dominante.

São suas conquistas a meia-passagem nos ônibus, a meia-entrada nos cinemas, vitórias antigas do CES, motor juvenil, força varonil - enérgica, forte, heróica. Coisas de juventude, na sede na Avenida Ana Costa, junto à Rua Pedro Américo – indo para a praia, antes da “Linha da Máquina”, que é como os santistas chamam os trilhos da ferrovia (a Estrada de Ferro da Sorocabana).

Muitas personalidades santistas pertencem ao CES, como o Governador Mário Covas e os prefeitos Esmeraldo Tarquínio e Oswaldo Justo, o advogado Vicente Cascione e o deputado Edmur Mesquita. Entre outros, como o empresário Omar Laino, o ex-presidente do Banco Santos e do Museu de Imagem e Som de São Paulo, Edmar Cid Ferreira, o deputado Gastone Righi e mesmo o Dr. Gerson Martins. Em diversos momentos de nossa história o CES foi objeto da repressão do governo autoritário. Mas resistiu, como é próprio da juventude.

O Centro dos Estudantes de Santos, de cuja fundação participou o médico Edu Brancato, que foi seu primeiro presidente, teve seus grandes momentos e personagens nesses 79 anos já completos, quase 80 a completar em 2012. Fez os maiores bailes da cidade, os maiores concursos literários do Brasil e, em 1968, inseriu Santos na revolução estudantil mundial. 

O CES cumpriu mais de dois terços do século passado em febril atividade. E mais uma vez luta por seu reerguimento, na heróica tarefa de transformar jovens em adultos capazes de dirigir a cidade e o país, aprendendo a reivindicar. É dever de a cidade homenagear o CES, signo de Santos.

É significativo que entidades consolidadas, que se afirmam por suas ações, não mudem de nome. Mas esta não é a sua principal característica, porque o importante são as ações e não o nome que pode e deve mudar sim a cada vez que seu papel é deficiente, que passa em branco suas datas marcantes, que não organiza para a luta, enfim.  Foram muitas as assembléias, reuniões, debates, ali. Foram muitas as decisões, que influenciaram opiniões e mostraram caminhos, caráteres, vontades, enfim.

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