terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O NOME, O SEXO...


Paulo Matos

Não se pode afirmar qual vem antes em importância para a formação e exposição da personalidade, mas nome e sexo são vitais - por eles se iniciam os caminhos na vida, e na qualificação jurídica. Quem já conheceu alguém chamado Nadir ou Darci, que pressupõe um homem ou uma mulher com esta denominação, sabe o que passa o infeliz que o ostenta. Quem se chama Asdrúbal Coice também.

Nome e sexo são itens afirmativos do perfil mínimo necessário, não só uma pretensão do homem urbano, mas fundamento da sua existência. Sexo não se escolhe ao nascer, nem o nome. Mas podemos mudá-los. E em muitas vezes isto é necessário para melhorar a vida. Duvida?
Diz-se que o nome não se escolhe assim como os parentes (parente não se escolhe). Rimos, ao apresentar um primo, irmão ou conhecidos. E se o caso significar um obstáculo em sua vida, uma pedra no caminho? E se você escolhe uma profissão pública de professor ou vendedor?
Teria que trazer sua foto no cartão de visitas para quem o fosse receber não o depreciasse antes de imposta sua presença. Que pode ser elegante, educada, clara, singela, empática, acolhedora – mas que sob um rótulo ruim sofre um processo de discriminação. Imagine você mesmo recebendo um cartão de Documentada Registrada da Silva, Assumida Prometida de Souza Maria?
E de Bastarda De Quem, Maria Enrolada da Silva, Aparecida do Nada, Juvenal da Tia Gulosa, Abelarda Datóba Roxa? Pois estes nomes são reais e estão no site http://recantodasletras.uol.com.br/humor/122617. Percebe-se neste site que estão arrolados os nomes como humorísticos.
 Basta sua citação para se tornarem assunto principal de qualquer conversa e para a formação mental da imagem anterior. Ou você prefere falar de sua competência técnica, artística, filosófica e intelectual?Para você superar um simples nome será um trabalhão!
Em nossos tempos de discriminação, que no Brasil é maquiada e caracterizada através de subterfúgios, mas existe, percebemos com alívio que aquela existente em quase todos os países do mundo não existe por aqui.  Árabes e judeus dividem a rua 25 de março, pretos e brancos se mesclam desde a descoberta do Brasil e ninguém mais sabe quem é o que.
Somos um povo índio, europeu, negro, árabe, japonês com todas as variações possíveis tornando impossíveis as separações. Ainda bem.Mas os nomes japoneses geram sempre brincadeiras nem sempre agradáveis...
Mas no que é possível sempre acontece, não de maneira peremptório, a discriminação como instrumento permanece e atua, esta é a grande verdade. E ela vai logo separar este que tem um nome “diferente”, no mínimo, ridículo, no máximo, para compor a lista das exclusões.
A estas alturas este ser já está marcado por décadas de exclusões e vai ferir-se, reagindo e consolidando então a referência desairosa que no seu caso é  simplesmente seu nome. Você já viu alguém com um numeral ao invés de um nome legal? Vocêr já se imaginou vítima de uma campanha na Internet ou na rede interna de uma empresa? E o que você acha de poder mudar de nome?
Mudar de nome? Isto é possível!

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