segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

IMAGEM DO NOME


Paulo Matos

Sem debater os conceitos que temos sobre a questão, que absolutamente não vão interferir nesta tendência mundial da identificação por símbolos de cada um dos elementos do mundo, vamos trazer o tema à luz do interesse pessoal de cada um e valorizar a questão da imagem pessoal neste concerto. Destacando que o nome é seu item vital, o mais importante. 
O principal elo desta questão fundamental é o nome e agora já podemos sim cercá-lo e aperfeiçoá-lo, maquiá-lo ao nosso gosto de modo a apresentá-lo garbosamente valorizando o produto que vem depois que, no caso, somos nós mesmos. É um instrumental de evolução pessoal.
Poderemos ser de médicos a advogados, dentistas ou economistas, a questão é a mesma mesmo que sejamos jornalistas ou professores e até mesmo engenheiros dependem do nome – as mulheres inclusive -, estudantes ou pessoas sem nenhuma ligação com estas áreas.   Podem ser apenas pessoas com vontade de crescer e que começam mudando seu próprio nome.
Do latim “imago”, representação visual de um objeto, pode ser também sonora - e mesmo sensorial. Em estudos de Platão, o filósofo grego, envolve a questão da projeção pela mente, na filosofia idealista e imaterial. Para Aristóteles, ao contrário, é a aquisição pelos sentidos, idéia, no realismo. Um perfume é imagem, um som, um rosto, um nome.
A imagem não é mais o quadro do artista ou o anúncio colorido, mas um desfile contínuo de pessoas que tentam atrair sobre si alguma espécie de sentimento dos circundantes, embora o neguem, muitas vezes até para si mesmo.
E quem cuida de todo este aparato, que vai desde cosméticos pós-barba, cremes, hidratantes, maquiagem, massagem, saunas e outros esquecem que quem vai carregar tudo é o nome – o que chega antes de você em qualquer contato, na apresentação.
Não só as outras têm direito à imagem, os quadros, os edifícios, o urbano, as pessoas também. E esse item é cada vez mais cultuado em termos de apresentação visual, trajes, maneirismos, voz, cartão, enfim. Na porta deste caminho está um que você carregará do berço ao túmulo, que é o seu nome.
Os jovens têm especial apreço pela auto-imagem, mas durante toda a vida ela vai abrir e fechar portas, inspirar ou não confiança e admiração ou vice-versa, restrição e suspeita. Feliz ou infelizmente, este é o fato, como escrevemos antes, discutir sua validade é perda de tempo. Construí-la nosso dever.
As pessoas quando ingressam na atividade adulta tem uma chance real de mudar seu nome – e devem ter extremo cuidado nesta escolha para não comprometer ainda mais suas vidas. Cuidar do nome é a maior das expressões da imagem, adaptá-la às condições circundantes, conjunturais, históricas. Há profissionais especializados para isso.
Não por acaso, em função do acirramento desta tendência em aperfeiçoar o mais valioso item da imagem pessoal é que o Dr. Gerson Martins se aplicou a isso, livrando pessoas de cargas imensas que atravessaram a vida ou outras alertas para a importância da questão. Chamam-no de cirurgião plástico dos nomes, não por acaso em função do papel que desempenha na composição.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

JOSÉ DA SILVA


Paulo Matos

Nada contra o Zé: mas quantos ostentam o garboso nome de José da Silva neste país? Alguns milhares. Como exemplo do nome comum que não só traz problemas como não qualifica, não apresenta nem acrescenta, não indica nem traduz o personagem. É um designativo oco, ousamos dizer, que logo se torna “Zé” e dificilmente sai desta rotina do bar da esquina. Mas para quem quer construir a imagem, é possível mudar.

Há quem queira mais, inclusive muitos “José da Silva”. E isto é possível, na tarefa da construção da imagem. Quem garante é o advogado Gerson Martins, que tem centenas de casos similares em que prova o dano do “nome feio” e o prejuízo profissional e social causado.

José, o nobre marceneiro de papel indefinido na geração de Cristo, marido da Virgem Maria, mas não pai de Jesus que nasceu por Deus, o pai, na trindade completada pelo Espírito Santo, como nos conta a tradição cristã, não teve culpa. Portugal era e é um país de extrema cristandade e lá os “Josés” proliferaram e se transferiram para cá.

Houve um tempo em que muitos sobrenomes tinham que ser mudados para não caracterizar etnias e os “Silva” proliferaram junto com os “Josés”, resultando na multidão que conhecemos hoje dos “José da Silva”.  

Sem análise de conceito sobre a beleza ou elegância do nome tão comum, importante é se retratar sua ausência de significado, que não ajuda a construir uma imagem, seja ela positiva ou negativa, forte ou fraca, no muito isenta de detalhes. É Zé e pronto. E os Zés vão para o fim da fila.

Por isso existem hoje tantos José Paulos, José Robertos, José Antonios, José Gersons como o advogado que evocamos a lembrança com operador de mudanças de nome, capaz de “modernizar” esta face hoje imprescindível do nome como maior patrimônio pessoal do cidadão, maior do que os currículos, formações e diplomas.

Nada credencia o engenheiro José da Silva ou advogado José da Silva, ao menos pelo nome. E não fomos nós que decretamos isto, foi o tempo e a qualificação da mensagem, agora construída em ícones, símbolos, entre outros. O site http://www.overmundo.com.br/banco/nomeze-sobrenome-do-ponto-de-onibus dá a síntese do Zé, no conto “Nome: Zé. Sobrenome: do ponto de ônibus”:

“Na mão direita uma pasta de couro preta, envelhecida e de alças enferrujadas, combinando com a calça marrom desbotada e a camisa creme de gola puída e sem os botões das extremidades da manga, mas lhe falta tanta coisa que um botão a mais ou a menos não fará diferença. Uma gravata com detalhes esotéricos folga em seu pescoço, pois já basta o aperto que a vida dá.” 

O site http://www.votebrasil.com/noticia/politica/professor-e-ze-lideram-lista-de-apelidos-de-candidatos-nas-urnas-eletronicas noticia que o apelido “Zé” foi o segundo mais escolhido para denominar candidatos às eleições de 2008. Entre 375 mil candidatos, mais de 10 mil escolheram ”professor” e 8,5 mil preferiram “Zé”. O motivo é óbvio, a busca do comum. O Zé sempre antecipa qualquer apelido: Zé Pelintra, Zé ...

“Zé” é Zé Pereira, Zé Pequeno, Zé Galinha, Zé Moleza, designativo geral e generalizante. Ninguém se lembra de grandes Zés como Zé Ramalho da música ou Zé Vicente e Zé Celso do teatro, O Zé Hamilton Ribeiro do jornalismo, só de Zé Sarney e do Zé Lelé do Chico Bento. O mais famoso é o Zé Mané, Zé do Caixão, este que personifica todos os “Zés”. Não é hora de mudar de nome? Quem acha que é bobagem diga que seu nome é José. Vira Zé em minutos...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

RAIMUNDA, SEM JEITO E SEM LUGAR

Paulo Matos

Não estranhe, mas “Raimunda” foi e é um nome bonito e sonoro para muita gente. Mas na sociedade urbana europeizada do sudeste não é. Fica ridículo. Agora imagine as dores desta Raimunda Marli. Marli foi o pai que acrescentou, prá melhorar, sentiu. Em capítulos:

I - O NOME
A mãe fez uma promessa para São Raimundo quando sentia as dores do parto. E ela pagou a promessa, esta a grande verdade. A sobrecarga se alongou além da vida da mãe e se transferiu para outra pessoa (a filha). Isto é proibido pelo Direito. Por acaso ela conheceu o Advogado Gerson Martins, que lhe mudaria a vida.

II - O TORMENTO
Por boa parte de sua existência nossa Raimunda carregou heróica e penosamente o nome. Pedia chamarem-na Marli, seu segundo nome. Vontade de crescer, fazer cursos, desenvolver-se eram próprias de nossa personagem esmagada pelo nome.  Era gozação em cada esquina. O pai teve que brigar para mantê-la na escola no colegial. E foi só.

III - A MUDANÇA
Um dia despertou. Procurou o Dr. Gerson Martins e mudou o nome. E sua vida. Já tinham passados seus melhores anos, que não voltariam, mas enfim... Cursou Direito e separada judicialmente, nunca mais tivera ninguém - o que se modificaria depois da alteração. “Foi uma mágica”, disse.  Antes, até o médico ela evitava: e na hora da chamada?

IV - OMISSÃO DO NOME
Seu pré-nome por vezes sempre que possível era omitido. A própria família compreendia e respeitava a omissão, pois logo ficou clara a situação vexatória. Podia se falar tudo, até se usar o termo jurídico de que a questão era “despicienda”, sem importância, gratuita, preconceituosa contra nordestinos, enfim.  Difícil mesmo era carregar o nome, ah, este heroísmo ninguém queria... Ela era “Rai”, só.

V -TRAUMA
Hoje, após a mudança, não fala mais do assunto. Na época em que entrou com a ação, não discutiu a questão nem com o filho. Perguntada sobre se concederia entrevistas à TV sobre o tema, consciente de que ninguém teria a dimensão que a alteração teve para ela dizia que “nem morta!”, como aquele personagem televisivo.

VI - FUTURO
E se não tivesse mudado o nome, como seria? “Eu não teria estudado, o que teria feito desde cedo com significativos resultados na minha vida. Seria outra pessoa. Vendeu seu apartamento antigo, pois estava com “aquele” nome.
Marli rasga as correspondências que tragam a nefasta lembrança, não gosta de falar do assunto, não tem mais documentos com o nome de má memória. Para quem não atravessou a situação, se sugere fantasioso este relato, só para estes.

VII – MUDANÇA DE NOME
A mudança de nome pode parecer requinte, instrumento de classe, sofisticação, esnobismo. Mas não é. Deveria ter reconhecimento legal. Já há jurisprudência, reconhecimento jurisprudencial da situação de fato, os vexames que atravessa o portador do “palavrão”. Dado com carinho no berço, sim, antes, ao final da gestação que é o maior fato da história pessoal. Mas sem critérios, para que os dados oferecidos são insuficientes, ou sem se avaliar os resultados se bons ou maus.
Existem coisas que foram bem feitas, mas sem análise histórica, que se configuram de imensa gravidade anos depois. Dar  nome é uma delas. São uma série de fatos, impossíveis de ser analisados até por computador.  São desenhos de novas conjunturas sociais. Sobre eles prescindem, não se exigem, conhecimentos por parte da maioria das formações profissionais. Só para os responsáveis por este ajustamento, por esta situação.

VIII – CONCLUSÃO: PARA DIZER O MENOS
O que fazer? Mudar o nome. É a solução “cirúrgica”. E nada melhor do que a atuação do “cirurgião dos nomes”, o advogado Gerson Martins. Decerto que esta ciência não se aprende só na escola, existe vivência – para quem é daqui, até na Bacia do Mercado e do Macuco, para dizer o menos.
É como dizia um amigo nas cadeiras da Faculdade de Direito, apelidado por mim de “Sábio”. Sabia tudo. E decerto arrazoaria favoravelmente a estas demandas. Acabará juiz o colega de cadeira de nome feio, que deve lhe causar problemas. Não é nome de juiz.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

NOME E DISCRIMINAÇÃO

Paulo Matos

Em http://www.esquerda.net/content/view/13847/68/ temos a noção da discriminação após nomes asiáticos ou africanos, enquanto se valorizam os ingleses: “O governo britânico quis saber a dimensão atual da discriminação racial no acesso ao emprego”. Isto no chamado Primeiro Mundo. E promoveu esta pesquisa:
“Para isso - segue - respondeu a quase mil ofertas de emprego, usando três falsas identidades por cada resposta. As conclusões, embora chocantes, não foram surpresa. O Ministro do Emprego propõe agora a hipótese de impedir as empresas que discriminam de aceder a contratos com o Estado.” O nome serviu de obstáculo, isso no chamado “Primeiro Mundo”. Prá você ver, como canta Lulu Santos.
A questão é concreta e objetiva, estão na ordem do dia em uma época de valorização da imagem e do capricho em definir os nomes como elementos publicitários, de pessoas, empresas ou produtos. Quem estiver fora disso é vítima, não adianta arrumar desculpas diante da inexorabilidade das regras do mercado.
A crueldade do sistema é facínora com os nomes feios e os discrimina. Não importa que eles falem de pessoas humanas, seres sensíveis que tem filhos e família. A discriminação os rotula e não importa o resto. A única chance é mudar, de nome. Por que aceitar uma discriminação estúpida destas?
A questão evolui na sua importância e não perdoa sexo, idade, condição social, ao contrário agrava-se diante destas condições, a que precariza além de sua cronicidade. Um nome estranho ou que lembre um cantor brega torna-se referência, no inelutável modo dos brasileiros de ironizar o próximo, se ele estiver próximo ou não.
Manoel de Hora Pontual, Manoel Sovaco de Gambarlina Terebentina Capitulina de Jesus Amor Divino, Maria Crisantina, Maria da Boa Morte, Maria da Segunda Distração, Maria do Seu Pereira, Maria do Sô Anternor, Maria Esposa de Jesus, Maria Panela, Maria Passa Cantando, Maria Passa Batendo, Maria Suvaqueira da Suaman, Maria Tributina Cataerva. Estes nomes estão no saite http://desciclo.pedia.ws/wiki/Lista_de_nomes_estranhos_registrados#M. Não, não são criações, mas há a necessidades de mudar.
Foi na missão de fazer uma cirurgia plástica atual e necessária nos nomes das pessoas-vítimas deles que o advogado Gerson Martins, pensando nos dramas ocasionados e que os conheceu de perto através de inúmeros depoimentos, seus sofrimentos. Era a consciência da necessidade, como disse o filósofo Karl Marx.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O NOME, O SEXO...


Paulo Matos

Não se pode afirmar qual vem antes em importância para a formação e exposição da personalidade, mas nome e sexo são vitais - por eles se iniciam os caminhos na vida, e na qualificação jurídica. Quem já conheceu alguém chamado Nadir ou Darci, que pressupõe um homem ou uma mulher com esta denominação, sabe o que passa o infeliz que o ostenta. Quem se chama Asdrúbal Coice também.

Nome e sexo são itens afirmativos do perfil mínimo necessário, não só uma pretensão do homem urbano, mas fundamento da sua existência. Sexo não se escolhe ao nascer, nem o nome. Mas podemos mudá-los. E em muitas vezes isto é necessário para melhorar a vida. Duvida?
Diz-se que o nome não se escolhe assim como os parentes (parente não se escolhe). Rimos, ao apresentar um primo, irmão ou conhecidos. E se o caso significar um obstáculo em sua vida, uma pedra no caminho? E se você escolhe uma profissão pública de professor ou vendedor?
Teria que trazer sua foto no cartão de visitas para quem o fosse receber não o depreciasse antes de imposta sua presença. Que pode ser elegante, educada, clara, singela, empática, acolhedora – mas que sob um rótulo ruim sofre um processo de discriminação. Imagine você mesmo recebendo um cartão de Documentada Registrada da Silva, Assumida Prometida de Souza Maria?
E de Bastarda De Quem, Maria Enrolada da Silva, Aparecida do Nada, Juvenal da Tia Gulosa, Abelarda Datóba Roxa? Pois estes nomes são reais e estão no site http://recantodasletras.uol.com.br/humor/122617. Percebe-se neste site que estão arrolados os nomes como humorísticos.
 Basta sua citação para se tornarem assunto principal de qualquer conversa e para a formação mental da imagem anterior. Ou você prefere falar de sua competência técnica, artística, filosófica e intelectual?Para você superar um simples nome será um trabalhão!
Em nossos tempos de discriminação, que no Brasil é maquiada e caracterizada através de subterfúgios, mas existe, percebemos com alívio que aquela existente em quase todos os países do mundo não existe por aqui.  Árabes e judeus dividem a rua 25 de março, pretos e brancos se mesclam desde a descoberta do Brasil e ninguém mais sabe quem é o que.
Somos um povo índio, europeu, negro, árabe, japonês com todas as variações possíveis tornando impossíveis as separações. Ainda bem.Mas os nomes japoneses geram sempre brincadeiras nem sempre agradáveis...
Mas no que é possível sempre acontece, não de maneira peremptório, a discriminação como instrumento permanece e atua, esta é a grande verdade. E ela vai logo separar este que tem um nome “diferente”, no mínimo, ridículo, no máximo, para compor a lista das exclusões.
A estas alturas este ser já está marcado por décadas de exclusões e vai ferir-se, reagindo e consolidando então a referência desairosa que no seu caso é  simplesmente seu nome. Você já viu alguém com um numeral ao invés de um nome legal? Vocêr já se imaginou vítima de uma campanha na Internet ou na rede interna de uma empresa? E o que você acha de poder mudar de nome?
Mudar de nome? Isto é possível!

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A VADIA RAIMUNDA (Baseado em fatos reais)

Paulo Matos

- Uma nova mulher
 Era como chamavam, entre risos atrás dela, Abadia Raimunda. Por causa do nome, abandonou empregos e escola. Começou uma faculdade e a deixou, exposta ao ridículo onde fosse que estivesse. Ela se tornaria uma nova mulher, como cantava Simone.
Seu nome era muito grande a oportunidade predileta dos brasileiros de fazer uma brincadeira, sem avaliar os possíveis impactos que isto teria sobre os atingidos. E Abadia, um nome que identifica a igreja dirigida pelo abade, raiz de abadia, dignidade, cargo do abade. Nada que o incrimine. Mas os tempos... Vá se chamar “Abadia”!
Aparentemente, sorriem. Abadia já não mais sorria, vivia a tragédia. Não se cuidava esteticamente, não estudava, não tinha relações de amizade. Foi alguém, no caso um advogado que fazia com ela uma transação imobiliária, que mudou sua vida.
Abadia estava tão reclusa que estava a ponto de desistir da transferência de um imóvel caso precisasse ir ao Cartório de Registro, o que era necessário e inexorável.  Era preciso dar-lhe esperança e fazer mais, concretizar esta esperança.
E dizer que existem pessoas que desprezam a questão do nome, do símbolo, da referência, do retrato inicial e falado! É dizer o nome e de imediato a mente humana constrói a imagem em cores e detalhes, formas magras ou gordas. Imagine como se formula a construção da imagem de uma pessoa chamada... Abadia Raimunda!
Bem, a necessidade de alteração da identidade de Abadia vislumbrou-se clara e lógica para Gerson Martins, nosso cirurgião plástico dos nomes, inclusive para que ela fosse ao Cartório sacramentar a transação imobiliária. E assim se fez. O doutor Gerson Martins promoveu a alteração de seu nome civil: Abadia Raimunda hoje é doutora Vânia, feliz da vida!
Este processo mudou sua vida: ela reingressou na universidade, evoluiu profissionalmente, tornou-se referência no setor que atuava após adotar oficialmente o nome que usava para relações apenas com vizinhos e amigos próximos.
Abadia Raimunda, antes objeto de eternas e cansativas brincadeiras que eram como ironias sobre um defeito físico, maculada e triste, transformaram-se. Foi para a academia de ginástica, tratou dos cabelos, estudou, compôs novas relações sociais.
Já não existia aquela que como um monstro só aparece para os esquizofrênicos e a levava lentamente à infelicidade. Expulsou estes seres do seu convívio, lançou-os à distância para a terra do nunca, jamais.  Agora era igual a Ana, Regina, Fátima, Leda, Valéria, Telma e Sandra. Eram iguais. É tão difícil estabelecer a igualdade?
Ao final, diante da transformação mágica que se operava diante de seus olhos e sentidos, a antiga Abadia desmanchou-se em agradecimentos ao operador jurídico que, inclusive, a levou ao cirurgião plástico dos nomes. Para completar, mudou de vida, já que era uma nova mulher.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

GENY E O ZEPPELIN II

Paulo Matos

Essa Geny, inspirada em um romance de um escritor francês do século XIV, Guy de Maupassant – criada para o musical Ópera do Malandro, de 1978, baseado na Ópera dos Mendigos (1728), de John Gay, e na Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weill – se chama “Bola de Sebo” e é de 1880. Ela perde a graça e o encanto quando alguém se chama Geny. É sobre ela que vai derramar-se todo o ódio ancestral dos defensores da moral, embora se saiba de sua hipocrisia.
Mas ela oficialmente não pode constar em uma lista, em uma pilha de currículos, sem ser logo associada a esta “mulher de vida fácil” de comportamento “indecoroso”, que não podia ser aceito. Só restava às Genys mudar de nome.
Ela é um poço de bondade /  é por isso que a cidade / Vive sempre a repetir / Joga pedra na Geny / Joga pedra na Geni / Ela é feita pra apanhar / Ela é boa de cuspir / Ela dá pra Qualquer um / Maldita Geni
A moral da Geny, desta Geny, se estendeu para todas as Genys do país, difamando-as todas de maneira peremptória no generalismo abstrato. Não era “aquela Geny”, mas todas as Genys a causar risos em todos os lugares, em todas as ruas e bairros, em todas as cidades e estados, em todo o país. Só restava a ela mudar de nome.
Um dia surgiu brilhante / Entre as nuvens, flutuante / Um enorme Zeppelin / Pairou sobre os edifícios / Abriu dois mil orifícios / Com dois mil canhões assim / A cidade apavorada / Se quedou paralizada /  Pronta pra virar geléia / Mas do Zeppelin gigante / Desceu o seu comandante / Dizendo – Mudei de idéia / Quando vi nesta cidade / Tanto horror e iniqüidade / Resolvi tudo explodir / Mas posso evitar o drama / Se aquela formosa dama – Esta noite me servir. Essa dama era Geni.
E Geny, que se tornara solução da cidade, pois, interessava ao comandante, terá um curto verão de prestígio, pois sua natureza não permitirá ascensões:
Mas não pode ser Geni / Ela é feita pra apanhar / Ela é boa de cuspir / Ela dá pra qualquer um / Maldita Geni! Não adiantava ressaltar seu caráter humano e solidário, principalmente quando tinha suas próprias vontades.
Mas de fato, logo ela / Tão coitada e tão singela / Cativara o forasteiro / o Guerreiro tão / vistoso / Tão temido e poderoso / Era dela, prisioneiro / Acontece que a donzela / - e isso era segredo dela também tinha seus caprichos / E a deitar com homem tão nobre / Tão cheirando a brilho e a cobre/ Preferia amar com os bichos

A cidade foi aos pés dissuadi-la desse comportamento, pois que dele dependia para ter sua vida e sua cidade preservada:
Ao ouvir tal heresia /  A cidade em romaria / Foi beijar a sua mão / O prefeito de joelhos / O bispo de olhos vermelhos / e o banqueiro com um milhão
E incentivava:
Vai com ele, vai Geni / Vai com ele, vai Geni / Você pode nos salvar / Você vai nos redimir / Você dá pra qualquer um / bendita Geni
A comunidade clamava:
Foram tantos os pedidos
Tão sinceros, tão sentidos
Que ela dominou seu asco
Nessa noite lancinante
Entregou-se a tal amante
Como quem se dá ao carrasco
Apesar  de sua condição, ela se viu forçada a assumir esta relação repugnante para ela – e só o fez pela comunidade. Mas qual o quê:
Ele fez tanta sujeira
Lambuzou-se a noite inteira
Até ficar saciado
E nem bem amanhecia
Partiu numa nuvem fria
Com seu zepelim prateado
Num suspiro aliviado
Ela se virou de lado
E tentou até sorrir
Mas eis que volta sua realidade e sua tragédia, afastado o perigo, transparece:
Mas logo raiou o dia /  E a cidade em cantoria / Não deixou ela dormir / Joga pedra na Geni / Joga bosta na Geni / Ela é feita pra apanhar / Ela é boa de cuspir / Ela dá prá qualquer um Maldita Geni
Marcada pela tragédia de seu comportamento, tornou-se anti-exemplar para o pensamento coletivo. Seu nome, de salvador, virou estigma de ódio, como sempre fora, ao contrariar os supostamente rígidos valores morais de então – que nas alcovas não eram bem assim... Mas à Geny só restava e só resta mudar de nome, para apagar a nódoa que se impusera sobre si.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

GENY E O ZEPPELIN I


Paulo Matos

De tudo que nego torto / Do mangue e do cais do porto / Ela já foi namorada / O seu corpo é dos errantes / Dos cegos, dos retirantes / É de quem não tem mais nada... É a canção da Geny, composta e cantada pelo genial Chico Buarque de Holanda, que pelo seu sucesso arruinou de vez todas as mulheres com este nome.
O conto de Guy de Maupassant (1880), que inspirou a música de Chico Buarque, criada para o musical “Ópera do Malandro”, de 1978, baseado na “Ópera dos Mendigos” (1728), de John Gay, e na “Ópera dos Três Vinténs”, de Bertolt Brecht e Kurt Weill. Ele tem início com um relato fiel acerca das conseqüências da invasão prussiana na Normandia. Trata-se de um verdadeiro documento histórico e psicológico. O pessoal sabe o que é um Zeppelin, um enorme balão que, antigamente, voava como os aviões, para fins civis e militares.
Guy não poupa críticas ao cinismo e à hipocrisia que conduziam o comportamento da sociedade francesa, em meados do século XIX que, consta, é real. O personagem, que era um travesti, teria existido de fato. (http://ozeroeoinfinito.blogspot.com/2008/08/geni-e-aupassant.html).
O russo Lev Nikoláievich Tolstoi é considerado um dos maiores escritores de todos os tempos, e possivelmente o maior nome da narrativa realista. Suas obras mais conhecidas são Guerra e Paz, uma lição de otimismo que descreve a invasão de Napoleão na Rússia de 1812, e Anna Karenina, onde retrata e critica a sociedade hipócrita da época czarista. E é disso que falaremos: hipocrisia.
O conto Bola de Sebo (Bole De Suif), do autor francês Guy de Maupassant, inspirou Chico Buarque a compor Geni e o Zeppelin, uma canção que retrata claramente como os interesses momentâneos afetam as atitudes das pessoas. (http://www.factivel.com.br/blog/deuteronomio/).
Na versão brasileira de Chico Buarque, um invasor chega num Zeppelin e promete destruir a cidade, a menos que a Geni, um travesti que sempre foi criticado e apedrejado, passe a noite em sua companhia. A população, temendo a aniquilação, sai em passeata e sinceramente pede:
Vai com ele, vai Geni / Vai com ele, vai Geni/ você pode nos salvar / Você vai nos redimir / Você dá pra qualquer um / bendita Geni
Elas passaram a representar esta que por ser “caridosa” com os homens acaba sendo uma solução para um problema da coletividade, mas depois cai novamente em desgraça – e não poderia ser diferente. Seu destino era o das outras “Genys”, de ser ridicularizada à exaustão e despertar a ira coletiva sempre tão sedenta de fatos. Só restava às Genys mudar de nome.
Dá-se assim desde menina / Na garagem, na cantina / Atrás do tanque, no mato / É a rainha dos detentos / Das loucas, dos lazarentos / Dos moleques do internato / E também vai Amiúde / Com os velhinhos sem saúde / E as viúvas sem porvir
Em http:www.revistabula.com/posts/arquivo/escatologia-humana, lemos:
Para conhecer a fundo o caráter da humanidade, na essência de sua índole, não carece nenhum Freud ou qualquer outra sonda psíquica: basta ler o conto Bola de Sebo – a obra-prima sobre o caráter humano, de Guy de Maupassant. Está tudo ali, numa síntese. O relato fiel. O nítido retrato, sem retoques, da humanidade. Bola de Sebo era como chamavam, numa certa cidade francesa bombardeada e dominada, a prostituta Elisabeth Rousset, que se negou a servir carnalmente, mas se viu forçada a sujeitar-se aos desejos do oficial prussiano, ali de passagem com os seus soldados.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

NOMES FEIOS


Paulo Matos

 Não, não são palavrões estes nomes feios a que se refere o título, embora acabem sendo, tem o mesmo impacto. A cada citação, no consultório, na escola, no atendimento público os comentários desairosos são inevitáveis. Conheci um senhor chamado Corálio e a associação com o membro viril era evidente, brincadeiras a farta. Humor para uns, sofrimento para o portador, obrigado a rir junto mesmo quando está em baixo astral.

Há o momento de suportar estas brincadeiras, de curtir junto, mas isto tem um limite. Dura apenas a vida inteira esta pressão. Merecia mudar. Agora pode: o Instituto Nacional do Nome registra sucessos nos processos, ganhos em primeira ou segunda instância.
E há centenas de histórias curiosas, intrigantes, dramáticas. Antigamente eram nomes corriqueiros, mas hoje estes mesmos nomes são risíveis, ridículos, calamitosos. Quem não lembra a campanha da camisinha que denominou “Bráulio” o membro viril?
Os Bráulios protestaram e a campanha saiu do ar em apenas alguns dias, mas a projeção alcançada pelo tempo que ficou no ar bastou. Foi apenas uma campanha televisiva e radiofônica, mas de efeitos devastadores sobre os Bráulios, motivo de jocosidade em todo o país e durante todo o tempo, em todos os ambientes. ”E aí, Bráulio?” “Já está de pé, Bráulio?”
Um caso narrado pelo advogado Gerson Martins, cujo nome completo é José Gerson Martins Pinto, lembra  uma batalha travada no registro de seus sobrinhos, na época a sobrinha, cujos pais não desejavam ter um “Pinto” no nome. Isso foi há 30 anos. Era o início da sustentação ideal do trabalho que hoje desenvolvem os juristas e o Instituto Nacional do Nome.
Foi uma briga histórica com o chefe do cartório e Registro Civil Ricardo Pinto de Oliveira, que não aceitava a exclusão do “Pinto” do nome dela. Uma luta afinal vencida no Tribunal de Justiça de São Paulo, em segunda instância, em que foi eleito presidente ninguém menos que o Desembargador Gentil Carmo Pinto, que deu ganho de causa à menor, que hoje se chama Michele Martins, apenas, sem o “Pinto”. 
Houve quem dissesse que essa mudança de nome é meramente plástica, sem importância, irrelevante. É claro que quem fala isso não se chama por nomes como  Abecê Nogueira, Abrina Décima Nona Caçapava de Almeida, Acheropita Papazone, Adam Borda Bunda, Adegesto Pataca, Adolpho Hitler de Oliveira, um homem chamado Adoração Arabites,  outro Aeronauta Barata e Agrícola Beterraba Carneiro Leão.
Esses foram nomes registrados em cartório, (site http://forum.hardmob.com.br/showthread.php?t=235346&page=5), o que pode ser confirmado. Aqueles que entenderam irrelevantes, se o tivessem, qualquer deles, certamente sua opinião seria outra, o peso do nome sobrecarregaria sua vida no estudo, no trabalho, na atividade social. Imagine qualquer um destes, candidato a alguma coisa em qualquer lugar. Seria rechaçado pelo nome.
Essas nem a senhora Analgesina conseguiria tirar a dor, aliás, Analgesina Costa Pinto, conforme registro. Nenhum Antonio, nem o Antonio Manso Pacífico de Oliveira Sossegado, nem o Antonio Melhorança ou o Antonio Morrendo das Dores, comprovados no mesmo site, dariam jeito. Vale ou não a pena mudar? Ou vai apelar para o Cavalo Antonio (mesmo site)?

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

MUDAR O NOME?

Paulo Matos

As pessoas que carregam nomes “normais”, comuns, não têm noção do que pode significar um nome ridículo. E o tempo se encarrega de dar graça a estas nomenclaturas de pessoas, que entram e saem de moda, mas que em muitos casos trazem sofrimento íntimo, que leva à depressão. 
Não é, Plutarco? Não é, Policarpo? Não é, Nicomedes? Os sábios gregos tinham nomes de época, hoje maltratados. Aristófanes foi um grande autor, mas e agora? Quem agüenta um nome destes? Que tal Ésquilo? Esquilo?
Na escola, no Exército, na empresa, no salão de beleza, seja qual for a circunstância e aquele nome vai gerar risos abafados ou gargalhadas explícitas, brincadeiras permanentes por toda a vida. Mudar o nome? 
Isto é possível. Em muitos casos, concluídos com êxito, transformaram a vida de muita gente, em todos os seus aspectos e abriram novas portas.
Seu Amim Amou Amado teve que ter ombros largos para carregar o nome. 
Foi pensando nestas pessoas que o Instituto Nacional do Nome desenvolveu um “know how” para transformar a vida destas pessoas obrigadas a “carregar” um nome que não escolheram e que lhes foi imposto.
O nome é uma marca, uma identidade que independentemente do conceito que lhe atribui um caráter de ridicularidade, provocando piadas inevitáveis. O nome, se não assumido pelo portador vai lhe gerar problemas. Ninguém gosta de convivência íntima com o que não aceita. É preciso que tenhamos o nome que queremos, como é a roupa que vestimos, o rosto que modelamos na expressão que nos agrada.
O nome é o segundo patrimônio que os pais delegam aos filhos, o primeiro é a origem, a vida, o nascimento. Que pode ser um patrimônio ou uma carga a ser suportada por toda a vida. Ninguém gosta de ter nomes de objetos e tantos que provocam risos para uma gente acostumada a ironizar o semelhante, prática secular. É surgir a chance e pronto.
Dona Abrilina Caçapava que não saía de casa de vergonha, seu Abifixisvistro Jacinto que de vergonha deixou a escola para não mais voltar, Dona Alce Barbuda que vivia trocando de salão até desistir de freqüentá-los, agora podem ter uma nova certidão de nascimento.
E mais: certidão de casamento, uma nova Carteira de Identidade e seus filhos com novos documentos com nomes retificados. Conheci um rapaz que sofria com o sobrenome “Gay”, que foi mudado. São milhares de casos, que agora têm solução.
Na era da comunicação, em que beleza se põe sim na mesa e que a apresentação preenche 90% dos requisitos, a presença de um bom nome é fundamental para todas as relações pessoais.
As histórias que envolvem estes processos de mudança de nome não são apenas humorísticas e curiosas, mas revelam tragédias e sofrimentos pessoais indescritíveis para quem os ostenta. Os novos tempos exigem novas ações para construção dos símbolos.
O símbolo representa o produto ou pessoa, está no lugar de algo e chega antes de você. É um elemento essencial no processo de comunicação tão e cada vez mais importante. Devemos cuidar dele.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A IMPORTÂNCIA DO SEU NOME

Nomes determinam as nossas vidas. Nomes dão sentido à realidade. Nomes são fundamentais para o convívio em sociedade.  Nomes definem personalidades e até comportamentos.
Por isso mesmo, todos deveriam ter orgulho do seu nome. Mas não é o que acontece: muitas vezes, nomes estranhos ou ridículos causam constrangimento, dificultam a vida, trazem sofrimento constante.
Para muitas pessoas, o nome provoca vergonha. Tudo o que estas pessoas gostariam é de mudar o nome que receberam. Pois bem: trocar o próprio nome é mais fácil do que parece. O Artigo 56 da Lei nº 6.015/73 permite  aos jovens de 18 anos a mudança do nome e o procedimento é relativamente simples. Acima  dessa idade também é possível mudar o nome judicialmente,  embora seja muito mais trabalhoso.
O Instituto do Nome foi idealizado exatamente para auxiliar as pessoas que querem mudar o seu nome e para promover estudos a respeito, desde a origem e o significado, até as determinações e as implicações da legislação.
O Instituto pretende, especialmente, difundir a informação crucial de que é ninguém precisa passar por verdadeiras tragédias e grandes infortúnios por  causa de um nome inadequado. Basta usar o direito existente e trocar de nome. Existem histórias de nomes completamente absurdos, que provocam retraimento, dor insuportável, infelicidade e depressão.
Isso pode acontecer tanto com nomes que, em determinadas épocas, assumem outros significados, como Bráulio, quanto bizarros, como Amável Pinto ou Benvindo o Dia do Meu Nascimento Cardoso.
Em vez de odiar o seu nome, mude. Escolha o seu novo nome e valorize a sua vida. Essa é exatamente a nossa proposta: ajudar você a se encontrar com o seu “eu” verdadeiro e com o nome que exprime quem você é  de fato.
Não se esqueça: o nome é o seu primeiro e permanente patrimônio.

EXPERIÊNCIA
                 
O Dr. Gerson Martins encontrou na mudança de nomes uma forma de se realizar, ajudando muitas pessoas a se renovarem, iniciando uma nova vida.
Sua experiência demonstra que uma pessoa com nome inadequado enfrenta problemas de ordem pessoal, social e psicológica, além de danos profissionais. Nomes pejorativos produzem humilhações, constrangimentos, chacotas, deboches.
E ninguém merece passar por estas situações.